sábado, 7 de novembro de 2015

Jogos Educativos: aprender de forma divertida

Artigo: Jogos Educativos: aprender de forma divertida
Alguns chamam de edutainment, mas esse universo é bem mais amplo como pode ser visto na imagem. Dentro dele, estão os jogos no ensino. Eles já existem há muito tempo, mas com o advento dos computadores, tornaram-se digitais, proporcionando a educação um novo recurso didático ao aprendiz.
Convido você hoje a conhecer sobre jogos educativos, ou mais especificamente, didáticos. Podemos entender o que são com termos mais precisos, as preocupações com o seu desenvolvimento, mas também quais vantagens de se utilizar esse método e exemplos de algumas aplicações.
Divertir e educar pode ser a união que você precisa para tornar sua aula mais interessante.

Todos os jogos são educativos
A frase é bastante forte, mas o sentido que me refiro é que, mesmo aquele jogo que foi criado sem a intenção de ensinar (jogos de entretenimento), também pode promover uma aprendizagem ao interagir com ele.
Segundo João Bittencourt e Esteban Clua, no artigo “Uma nova concepção para a criação de jogos educativos”, hoje o termo mais correto é jogos didáticos para aqueles que realmente foram criados para ensino ou aprendizagem. Os outros, jogos de entretenimento, não tiveram essa intenção, mas podem ajudar o aprendiz a desenvolver habilidades como enfrentar situações-problema, construir argumentação, compreender interações entre organismos e ambiente, além de identificar padrões e processos relacionados ao conteúdo em questão.
O diagrama acima, dos mesmos autores, ajuda a esclarecer essa diferença entre jogos de entretenimento e didáticos, ambos educativos.
Eu mesmo, como professor, já utilizei as duas práticas: criar um jogo para promover aprendizagem (Jogo tradicional Detetive Virtual – informática para adolescentes) e utilizar um já existente com o mesmo objetivo (Monopoly Deal – educação financeira). Bem conduzidos, com um planejamento claro e reflexão realizada pós a atividade, engajam muito mais o aluno ao aprendizado do que o método tradicional de aulas expositivas. Fiz o experimento em minha pós-graduação e de fato, funcionou muito melhor. Pode não reter todos, mas a maioria você consegue de forma mais fácil. Também depende do perfil de aluno, mas quando falamos de nativos digitais, ajuda bastante. Foram todos jogos tradicionais, mas que facilmente podem ou já foram levados ao eletrônico.

Educar sim, mas divertir também
Muitas iniciativas de jogos didáticos são muito legais, mas todo jogo tem que ter diversão. Tem que dar aquela vontade de competir, o gostinho de vitória. É uma característica fundamental no desenvolvimento de qualquer game, mesmo os didáticos. Raph Koster, autor do livro Teoria da Diversão para Projetos de Jogos (Theory of Fun), demonstra que o jogador somente continua tendo divertimento caso ele esteja aprendendo com o jogo, ou seja, ele deve ter aprendizado do início ao fim. Essa forma de aprender é quanto a um novo recurso no jogo, um novo desafio ou um puzzle mais desafiador que os anteriores. Senão, o jogo torna-se entediante (nada novo para se aprender) ou frustrante (aprendizado não segue uma escala de dificuldade). Mantê-lo longe desses comportamentos, significa deixar o jogador no canal de Flow (imagem nessa fonte também), teoria do psicólogo Mihaly Csikszentmihalyi, cujo objetivo é manter o jogador interessado no game sempre. A teoria também tem outras aplicações além de jogos.
Dessa forma, o jogo didático deve ser pensado quanto ao conteúdo de aprendizado, mas também a diversão. Tenho visto muitos jogos que focam demais na aprendizagem e se esquecem de serem divertidos, ou vice-versa. Uma pena e mais um recurso didático utilizado ou criado de forma inadequada.

Por que usar jogos didáticos?
Patrick Moratori, pesquisador da Universidade Federal do Rio de Janeiro, desenvolveu uma pesquisa justificando o porquê de se utilizar jogos didáticos no ensino. Ele listou diversos benefícios:
  • fixação de conceitos já aprendidos de uma forma motivadora para o estudante;
  • introdução e desenvolvimento de conceitos de difícil compreensão;
  • desenvolvimento de estratégias de resolução de problemas (desafio dos jogos);
  • aprender a tomar decisões e saber avaliá-las;
  • propicia o relacionamento de diferentes disciplinas (interdisciplinaridade);
  • participação ativa do estudante na construção do seu próprio conhecimento;
  • socialização entre estudantes e a conscientização do trabalho em equipe.
Além disto, ainda podem contribuir no desenvolvimento da criatividade, de senso crítico, da participação, da competição “sadia”, da observação, das várias formas de uso da linguagem e do resgate do prazer em aprender.
As atividades com estes jogos podem ser utilizadas para reforçar ou recuperar habilidades de que os estudantes necessitem, além de permitir ao educando identificar e diagnosticar alguns erros de aprendizagem, as atitudes e as dificuldades dos estudantes.

ALUNA : PAMELLA DE FREITAS HATENE

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