sábado, 7 de novembro de 2015

COMO DESENVOLVER JOGOS DIDÁTICOS :
Alguns autores nos trazem alguma ajuda quanto a isso por meio de diretrizes. Inclusive, recomendo fortemente suas publicações. João Mattar, em sua publicação “Games em Educação – Como os Nativos Digitais Aprendem”, primeiro recomenda verificar se o desafio proposto pelo jogo didático é tão estimulante ao jogador quanto um game de entretenimento puro. Senão, o aprendiz vai jogar outro. Depois, reforça que não se deve pensar no design do conteúdo, mas sim em planejar experiências e ambientes que façam o aprendiz ter que tomar decisões, além de refletir sobre aquelas já tomadas. Outra característica fundamental é a avaliação, ou seja, uma forma de medir o desempenho do aprendiz no jogo.
Já Leandro Costa no livro “O que os jogos de entretenimento têm que os educativos não têm” elaborou 7 princípios para um jogo com fins didáticos
  1. Deve possuir uma estrutura semelhante ou comum à estrutura do objeto do conhecimento;
  2. A estrutura do jogo deve ser perceptível ao jogador enquanto jogar;
  3. A aprendizagem dessa estrutura deve ser indispensável para atingir os objetivos do jogo;
  4. Tudo deve estar a favor do entretenimento, da diversão;
  5. O objeto de conhecimento tem que estar aliado ao jogo a que pertence por relações estruturais essenciais, mas também promovendo a diversão e entretenimento dos jogadores;
  6. No que depender do objeto de conhecimento, deve ser uma forma essencial de jogo;
  7. Deve ser, pelo menos ao seu público-alvo, melhor como jogo do que qualquer uma de suas partes ou a soma delas.
Com essas diretrizes, nossa forma de criar um jogo didático pode ter um auxílio e minimizar erros perante diversão e aprendizado. Também veja quanto os autores reforçam a diversão nesses jogos. Isso mostra que diversão pode trabalhar assuntos sérios como a educação.

Casos de jogos didáticos que deram certo
Existem diversas iniciativas de jogos que tem a intenção de divertir e educar.  O Biocautus, jogo para aprendizagem de biossegurança, foi um dos jogos que projetei e acompanhei o desenvolvimento de perto. Criamos um mix de alternativas para o jogador aprender o mesmo assunto, não se limitando apenas a jogos de perguntas e respostas, um dos famosos clichês de jogos didáticos. O jogo certamente pode melhorar ainda mais, porém com experimentos percebemos que o pessoal realmente se diverte e aprende sobre as condutas corretas dentro de um laboratório de pesquisa e saúde. Afinal, essa era a principal intenção do educador de promover dentro do jogo. Consideramos esse game ideal para reforço dos assuntos de biossegurança, ou seja, um acesso a outras referências sobre esse assunto.
Tríade é um jogo didático para o assunto da Revolução Francesa. Foi uma iniciativa bem interessante de se trabalhar esse fato histórico dentro de um ambiente eletrônico. Tiveram diversos desafios e publicações sobre o desenvolvimento, mas o resultado em termos de diversão e aprendizado foi muito bom. Ao desbravar o jogo, o aprendiz consegue entender esse contexto por meio de interações e roteiro da história.
A Jornada do PI considero um dos melhores jogos em termos de diversão e aprendizado. Eles conseguiram integrar bem o assunto aos mecanismos do jogo, de forma que o aprendiz realmente entenda cada universo do conjunto dos números: reais, inteiros, racionais e irracionais.  Basta pegar o número na cesta certa: se for real, cesta dos reais, e assim por diante. Tem uma narrativa e um desafio bem divertido a cada nível. O aprendiz aprende sem muitos textos e aulas. Apenas com a didática dos níveis criados, o jogador já aprende cada conjunto e, no final, faz uma espécie de provação, com todos eles misturados. É uma forma de síntese dos assuntos vistos e avaliação.
Muitos dos jogos do mercado começaram com muito foco no conteúdo, pouco no entretenimento ou vice-versa. O que pode se perceber é que deve haver equilíbrio entre ambas as partes. Dessa forma, o jogo didático pode ser mais um recurso didático para promover aprendizagem, principalmente para uma Geração Y (ou já se falando na Z) que já nasceu com um computador no seu berço e ao nascer já tem perfil nas redes sociais. Será exagero? Eu já vi um perfil assim, mas claro criado por pais de outro planeta (brincadeira).

ALUNA: PAMELLA DE FREITAS HATENE

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